2ª MISSÃO EMPRESARIAL GEMARQ - DUBAI - ABU-DHABI
11.12.2013
Como definir Dubai? A Las Vegas
das Arábias? O playground dos arquitetos? Uma cidade- escola-de-samba, plena de
alegorias e adereços? A Itu do Oriente?...
Mesmo após 10 dias de viagem,
ainda é difícil achar uma resposta única. Com mais de dois milhões de
habitantes, uma impressionante rede de autopistas e muitos dos maiores prédios
do mundo, Dubai se estende ao longo do Golfo Pérsico, sugando todos os recursos
naturais disponíveis para manter sua veia pulsante. Um dos maiores consumos de
água do planeta, completamente dessalinizada do mar, permite uma vegetação
frondosa e abundante o ano inteiro. Turbinas a gás geram a quase totalidade da
energia da região, propiciando o uso indispensável de condicionamento do ar no
verão com temperaturas que chegam a 50 graus. Por fim, ou melhor dizendo, no
início de tudo, vem a extração de petróleo, que propiciou, a partir da década
de 60, o enorme desenvolvimento da região. Crescimento rápido, porém bem
planejado, que atraiu pessoas de todo o mundo para Dubai, terra livre de
impostos.
Pessoas... um fator muito
interessante de Dubai. A cultura muçulmana é predominante, mas talvez pelo fato
de grande parte da população ser estrangeira, os hábitos são menos rígidos que
nos países lindeiros. Mulheres de abaya
e burqa, homens de kandurah, visões normais e contrastantes
com as européias de longos saltos e curtas saias que circulam pelos maiores
shopping centers do mundo.
A arquitetura e urbanismo da
cidade impressionam. Não necessariamente pela beleza, item invariavelmente raro
de se achar. Imponência, exibicionismo, adensamento, cuidado com a coisa
pública e qualidade nas construções estão no DNA da cidade. O melhor e o pior que o dinheiro pode
comprar em arquitetura e urbanismo. Por sorte, o melhor é tão bom que
suplanta toda a média da estética “novo-rico” espalhada, com profusão de
adereços, exagero de proporções e muito brilho dourado.
Reunidos em um grupo de 9
arquitetos, visitamos um pouco de tudo, do bom e do ruim, experiência
fascinante. Em alguns casos o bom e o ruim têm o mesmo nome. Caso do famoso Burj Al Arab, o “hotel em forma de
vela”, implantado sobre o mar, talvez o prédio com a fachada mais bonita da
cidade e das melhores do mundo. Toda a beleza estética externa é retorcida,
exponenciada, multicolorida, metalizada – tudo ao mesmo tempo – quando se entra
no hall. Tudo aquilo que você já viu em filmes sobre a Arábia, sobre sereias e
mitos, está ali, no maior índice de informações de decoração por cm² da Terra.
Jantamos no restaurante Al Muntaha, a
200 m do chão, localizado no volume em balanço sobre o mar. Experiência
inesquecível, tanto pela qualidade da comida quanto pela conta ao final do
programa...
Outro marco visitado foram as Emirates Towers, conjunto de prédios comercial,
corporativo e hoteleiro do final da década de 90, feito pela arquiteta Hazel W.S. Wong, do Norr Group Consultants. Até hoje se sobressaem pela beleza da
implantação e solução plástica.
Próximo à Marina Dubai, o grande
destaque fica por canta da Cayman Tower,
conhecida também por Infinity Tower,
em que cada pavimento é rotacionado pouco mais de um grau, completando forma
semelhante à do DNA humano até chegar ao topo, 306m acima. O projeto, inaugurado
este ano, é dos arquitetos Ross Wimer e
George J. Efstathiou. Com estética
simples e grande complexidade estrutural, sua beleza escultural impressiona.
A maior surpresa – em todos os
sentidos – foi o Burj Khalifa, o
mais alto prédio do mundo com 828m de altura (cerca de 200 andares), projetado
pelo arquiteto americano Adrian Smith (Ex-SOM – Skydrome, Owings an Merrill até
2006). É realmente chocante ver um prédio tão alto, tão destacado do entorno. A
sensação é de que ele não existe, é uma maquete, uma projeção, algo intangível,
inefável. Brilhante, torneado, fica naquele ponto exato em que não há detalhes
de mais nem de menos. Suas proporções são impressionantes em tamanho e
qualidade. É gigantesco, mas não é agressivo – se esvai no ar, reduzindo gradativamente
seus pavimentos com plantas baseadas no desenho de uma flor local. Aos seus
pés, encontra-se o Dubai Mall, maior shopping center do mundo com mais de 1200
lojas e um grande lago artificial, que de hora em hora brinda os visitantes com
um show de fontes, realmente muito bonito e por vezes emocionante. Para sorver
tudo o que podíamos do lugar, jantamos numa sala reservada para o grupo no At.mosphere, restaurante do hotel Armani
localizado no 122º andar. Inesquecível, a experiência gastronômica e de
sentidos.
Visitamos também a feira de
Construção BIG 5, a maior do Oriente
Médio. Realmente muito grande, com produtos de todas as áreas relacionadas à
Construção Civil. Duas conclusões: a China está presente em tudo e temos acesso
a praticamente tudo o que foi visto por lá aqui no Brasil, ainda que a preços
proibitivos.
Abu-Dhabi, a capital dos Emirados Árabes, foi visitada em um dia,
no qual percorremos alguns dos marcos arquitetônicos locais. A Grande Mesquita, inaugurada em 2007, é
realmente impressionante, com todas as paredes e colunas em mármore trabalhado
em alto relevo, além de um “pequeno” tapete persa no interior com mais de 5.000
m². Mulheres têm que entrar com o corpo todo coberto e as desprevenidas recebem
uma abaya emprestada para poderem
fazer a visitação. Entramos no Emirates
Palace, hotel de luxo com decoração em mármore e ouro, do qual se tem uma
bela vista do conjunto das Etihad Towers,
composto por 5 torres projetadas pelo DBI Design, a mais alta delas com 305m de
altura. Fomos ainda ao Ferrari World,
parque temático coberto e climatizado no melhor estilo Disney, com montanhas
russas e outras atrações radicais. Conhecemos também o circuito Yas Marina, onde no começo de novembro
foi realizada prova de Formula 1.
Resumindo, foram 10 dias
intensos, de grande absorção visual de elementos arquitetônicos e muita
confraternização entre o grupo, que volta, com certeza, diferente de como
chegou àquelas terras orientais.
Que venha a Terceira Missão
Empresarial do GEMARQ!
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